Tudo começou com uma pequena “festa da caipirinha” no dormitório, boas vindas para os novos membros da turma Iaeste Croácia: Ozaki (Japão), Ola (Polônia) e Lucas (nome conhecido né? Brasil!). Na manhã de sexta-feira (03/09/10) acordei com uma imensa vontade viajar e de conhecer algum lugar diferente, troquei alguns e-mails com o Max e surgiu a idéia de irmos para Liubliana, Eslovênia (Ljubljana, Slovenja). Depois da festinha acordamos com aquela moleza e fomos correndo para a estação de trem aqui de Zagreb – Glavni Kolodvor HZ Net. Você pode conferir todos horários e preços para viajar de algum país para Eslovênia neste site.
Quase perdemos o trem mas no final deu tudo certo, pegamos o das 9am. Nunca tinha andado em um trem de viagem, só naqueles de trajetos urbanos em São Paulo. Achei muito clássica a viagem, aquele barulho do trilho, paisagens muito bonitas, montanhas e um rio que acompanhava a viagem em diversos trechos. O trem é relativamente confortável mas no que fomos os assentos não reclinavam, cada cabine com 6 lugares. Segundo os europeus presentes, existem tudo quanto é tipo de trem, chegando a ter até quartos privados com cama e tudo mais. Conhecemos um iraniano que foi na mesma cabine que a gente, morava em Portugal e tinha passaporte suíço (que bagunça!), gente fina, perguntou várias coisas sobre o Brasil.
A polícia de fronteira dentro do trem foi um pouco rude, principalmente desconfiando do passaporte do iraniano (estereótipo?), mas seguimos sem problemas e, após 2h30min aproximadamente de viagem, chegamos à Liubliana, Eslovênia (agora é União Europeia, coisa fina!). Primeira coisa a fazer: trocar os kunas em euros (1 euro = 7,2kn) e ir até o guichê de informação turística pegar aquele mapinha especial! A moça mostrou os melhores pontos para visitação mas como o Max tinha uma amiga por lá nem ficamos preocupados com isso.
Fomos direto para o centrinho da cidade, a arquitetura lembra muito a de Zagreb só que condensada em uma área menor. O toque especial da cidade é o Rio Ljubljanica que divide a cidade em partes velha e nova, lembrando um pouco as paisagens de Veneza! (ainda não posso confirmar se realmente é, quem sabe em outra viagem!). Tiramos mil fotos de todos os prédios estilosos, praças e igrejas. Mas o melhor estava por vir: quando fomos procurar um lugar para comer alguma coisa, descobrimos uma feira de degustação de comida e bebida de graça! A feira era no estilo feira-livre, paralela ao rio, com várias barracas pequenas servindo vinhos, batatas, carnes, pães e tudo que você imaginar, música ao vivo no estilo eslavo e muita gente também.
Depois de encher a barriga fomos dar mais uma volta e encontrar com a amiga do Max, paramos em um bar bem interessante onde ela trabalha, chamado “Cokl” (chocolate), tomamos a cerveja mais tradicional de lá, a Union, e ficamos conversando um tempinho com ela. Perguntei sobre os lugares mais alternativos para ir e ela apontou vários, muito gente boa mas não pode acompanhar a gente porque estava em época de exames.
Fomos comer alguma coisa mais tarde, dessa vez um almoço mesmo e, na sequência, fomos ao Castelo “Ljubljanski Grad”. O interessante é que ele fica localizado no pico da montanha na parte velha da cidade, pelo mapa que pegamos é possível fazer várias trilhas até chegar lá, imagino o rei gordinho descendo aquela ladeira, duvido que ele saia de lá! Em 15 minutos, chegamos.
O castelo é muito bonito mas achei que eles exageraram na infra-estrutura e acabou perdendo um pouco o ar original, chega a ter até praça de alimentação lá dentro! Tecnologia de lado, o que vale mesmo a pena é subir na torre mais alta e contemplar a visão da cidade inteira, com as montanhas mais altas ao fundo, cercando o horizonte. Estudante = 2 euros, com direito a subir na torre e um cineminha 3D contanto a história da cidade.
PS: encontramos dois brasileiros na torre do castelo, estavam em Zagreb também e iam para Alemanha, até que enfim achei brasileiros!
A noite chegou e fomos para um bar que parecia uma casa européia, sofás com estofado vermelho, teto em abóbada e uns espelhos com moldura dourada. Detalhe que só tocava música latina e entre uma e outra aparecia um MPB.
Saindo de lá fomos em direção dos lugares alternativos, subimos sentido norte e quando imaginei que tínhamos errado o caminho, finalmente chegamos. O lugar mais alternativo que já vi, sobre a entrada tinham uns “Golums” do Sr. dos Anéis e dentro encontramos até boneco de carnaval! No fundo do lugar encontramos um sofá e ficamos conversando por um bom tempo, música boa.
DICA: Se você procura bares alternativos, basta seguir para o Hostel Celica, a maioria fica atrás deste, no mesmo quarteirão.
Depois desse lugar, fomos para outro chamado “Orto”, mais para disco club, três ambientes, sendo que no primeiro só tocava 50’s, Elvis! No segundo variava de 80’s e 90’s, muito bom!!!
Esqueci de comentar que nenhum bar ou night club, em Zagreb ou mesmo Liubliana, cobra entrada, no início achei estranho mas depois vi que é normal e você pode fazer realmente um tour explorando a noite.
Após muitas aventuras, voltamos para a estação para pegar o trem de volta para Zagreb, horário: 6h20min AM. Todos mortos de cansaço, mas naqueles assentos não reclináveis o cochilo não deu muito certo.
PS final: Percebi um leve sentimento anti-Croácia lá na Eslovênia, talvez pelos países estarem tão próximos e apenas esta última fazer parte da União Européia. Segundo meu colega de trabalho, o sentimento é mútuo e a Croácia ainda não se encaixa em todos pré-requisitos para entrar. Ela só não faz parte porque no início da UE eles aceitaram por meio de um processo prematuro países como Romênia, Eslováquia e Grécia e agora estão pagando o preço. É claro que fica esse sentimento de “patinho feio”, talvez daqui a dois anos, três, quem sabe?
Vale muito a pena visitar a Eslovênia, realmente me surpreendi após conhecer todos os lugares!
Bok!