Viena – O Danúbio Azul

Sempre gostei de ouvir um pouco de música clássica, principalmente nos momentos filosofais, viajando no ritmo compassado 3/4 das valsas. Tinha essa vontade de conhecer a fonte de tantas mentes brilhantes da música e para lá que fomos, Lucas e eu, em Viena na Áustria! Para a cidade do rio Danúbio, inspiração para a famosa valsa de Strauss.

Não imaginava que tantos compositores nasceram ou viveram por lá durante os Séc. XIII e XIX, tais como Mozart, Strauss, Schubert e Bethoven, gangue da pesada né?

Um dos motivos que tornou essa viagem mais próxima da realidade, e no final muito barata, foi que o mais novo estagiário da IAESTE, Aristide, mora em Viena e após conversar com ele sobre essa vontade minha, conseguimos as chaves do seu apartamento, de graça! Compramos as passagens de ônibus e após 5h30 de viagem estávamos na estação Erdberg (U3).


Viena é muito bem interligada pela sua extensa linha de Metrô em Viena, talvez tão grande ou maior que a de São Paulo, além de possuir linhas de ônibus e de trams, mais modernos que os croatas. A cidade sempre encabeça a lista das cidades com melhor qualidade de vida, não é à-toa que encontramos gente de todas as raças e países por lá, tirando uma casquinha desse mérito.

Interessante como na Croácia existe tão pouca miscigenação de raças, muitas vezes fomos vistos como alienígenas por andar pelas ruas com um japonês e um português negro, aqui eles não tem variedade alguma, só pessoas brancas mesmo! Por esse motivo passei a acreditar mais e dar muito valor ao Brasil, que neste quesito deve ser o primeiro do mundo, com bairros de japoneses, italianos, portugueses, alemães, onde se encontra tudo que a cultura desses países tem a oferecer, tão original quanto se estivéssemos realmente lá!

Utilizamos o mapa feito por nosso anfitrião para chegar ao destino, pegando dois metrôs, nas linhas U3 e U6. O ticket do metrô unitário custa em torno de €1,50, o diário, €5,40. Compramos o diário mas depois percebemos que você coloca-o na máquina se quiser, porque a passagem é livre e, além disso, depois de conversamos com a irmã do Aristide, que nos recebeu no apartamento, soubemos que raramente os cobradores verificam dentro do metrô. Porém, se você não tiver o ticket tem que pagar €60! Para não arriscar, compramos. E o ticket é válido também para os ônibus e trams.

Já sentimos o frio quando chegamos, era de manhã e se não me engano faziam 8°C! Compramos uns croissaints bem trabalhados numa padaria perto do apartamento e depois do rápido café da manhã, deitamos por um tempo para descansar. Já perto das 11am, conversamos com a receptiva Patrícia (Patritsia) e fomos para a rua. Para variar pegamos o tram no sentido errado mas como não damos ponto sem nó (leia-se sortudos), descemos em frente a uma feira turca famosa, onde encontramos de tudo, queijos de todos tipos, frutas, roupas e até armas de pressão.

Athena.

Dessa vez pegamos o tram no sentido certo, número 2, e descemos bem em frente do parlamento de Viena, que já deixou a gente de boca aberta pela imponência, com a estátua de Athena na frente. Fotos vão, fotos vem e eu estava ansioso para encontrar o guichê de informações turísticas, pegar meu mapinha clássico e sair com mais certeza para os melhores lugares. Fomos seguindo perguntando para as pessoas na rua, panfletos e tudo mais.

Seguimos pelas construções mais famosas, Heldenplatz, Maria-Theresien Platz, entre outras, todas muito bonitas! Viena tem esse ar de metrópole com o toque clássico, muito maior que Zagreb, faltam ruas estreitas e sobram avenidas e prédios enormes dos séculos passados em contraste com a tecnologia dos trams. Andamos até chegar no prédio da Ópera, rapidamente imaginei como seria a atmosfera de uma Viena de valsas e festas chiques para pessoas da alta sociedade, claro que enjoaria ver as madames esnobando com suas jóias e vícios materialistas, mas gostaria de assistir a alguma apresentação daquela época, valorizando a música e nada além.

Comemos o famoso hot-dog vienense, com linguiças estilo cuiabanas e depois continuamos a jornada. Depois de passarmos pela famosa St. Stephen’s Cathedral (Stephansdom), peguei finalmente o mapa no guichê de Info. Turística e descemos para sul, passando pelos parques Stadtpark e Karlsplatz, rumo ao palácio Belvedere. Este palácio possui um “quintal” imenso, e andamos aproximadamente 20 minutos até atingir o dito cujo. Depois de toda essa jornada a pé, o cansaço bateu, voltamos de metrô e nos preparamos para a noitada.

Queijos na feira turca.

Viena é uma cidade muito grande e tem uma infinidade de bares e baladas, como estávamos no clima de algo alternativo, perguntamos para Patrícia e ela e mais uma amiga, Judith, após muito atenciosamente prepararem um macarrão, indicaram um lugar calmo para uma cerveja. Após encontrar com alguns amigos delas, fomos para essa exposição de fotografias e pinturas de um amigo delas.

Pensem em um lugar underground, agora vá mais fundo! Descemos 2 lances de escadas partindo do térreo, passando por paredes de tijolos e tubulações de água e gás, até chegar nessa exposição, que contava com música proveniente de um notebook, bar improvisado vendendo a Ottakringer, cerveja made in Viena, boa música e pessoas inteligentes. Resumo: melhor lugar não teria! Outra opção bastante cotada é uma tal de Flex, balada com vários shows ao vivo, que ficará para uma próxima visita.

Exposição de fotografias.

Conversei com um dos fotógrafos e ele conhecia bem o Brasil, perguntou das eleições e tudo mais. Aproveitei para bombardeá-lo com perguntas sobre Viena e ele dissertou um pouco sobre a vida por lá, resumidamente, não gostava da imagem que as pessoas tinham da cidade como sendo apenas esse berço de compositores, mas que se orgulhava da qualidade de vida, com razão!

Após esta noite, tiramos o domingo para visitar o parque de diversões chamado Prater, imenso e é onde pode-se ver a bela roda-gigante construída e sustentada apenas por cabos de aço, como os raios de uma roda de bicicleta. Após rodar algumas horas pelo parque, aproveitamos o pôr do sol e fomos ao Rio Danúbio! Muito bonito também mas de Azul não tinha nada, pelo menos após 200 anos, não na região de Viena. Desculpe Strauss!

Ainda tivemos tempo de visitar a parte de negócios, atravessando o rio, onde existem muitas construções novas, prédios muito modernos!

Ficam algumas fotos dessa cidade interessantíssima, o pouco e o máximo que pudermos conhecer no tempo que tínhamos.

Parlamento.
St. Stephen’s Cathedral.
Amizades no meio do caminho.
Monumento sobre a 2a Guerra.
Sossego no parque.
Belvedere.
Patricia, Lucas, eu e Judith.
Olha sõ os garotos.
Danúbio.

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