Sim, já estou de volta ao Brasil! Como senti falta deste calor humano, dos amigos, das pessoas conversando em português, das porções normalmente servidas nos restaurantes e bares, da malandragem, da bagunça das eleições (?)…do solzão que existe só por estas bandas!
Mesmo assim, ainda gostaria de postar minhas últimas semanas pela Croácia, as despedidas e minha última viagem pela Itália, a qual me surpreendeu!
As últimas duas semanas passaram muito rápido, muitas pessoas chegaram e meus amigos de “longa data” partiram, portanto o penúltimo fim de semana foi de muitos encontros, fiz amizade com um croata chamado Dario, conheci-o pelo site CouchSurfing, para aventureiros em busca de um sofá para pernoitar ou de um café sem compromisso ou fronteiras, apenas para trocar experiências e dicas de viagens. O Dario me convidou para um café por Zagreb e após conhecê-lo vi que era um amante da natureza.
Fomos convidados para ir almoçar na sua casa, perto do centro. Lucas e eu fomos encontrá-lo, juntamente com sua esposa e uma amiga, para um almoço tipicamente croata! Comemos bem, licor de entrada, sopas, carnes, muito bom! Tiramos fotos e conversamos durante a tarde e, contrariando a teoria de o que é bom dura pouco, fomos convidados para conhecer sua casa de campo, uma pequena cabana nas montanhas ao redor da capital, próxima da cidade sagrada Maria Bistrica.
Chegando lá fiquei impressionado com a simplicidade do lugar e de como este era inserido na natureza, entramos no túnel do tempo com direito a aquecedor a lenha, cabeças de animais empalhados na parede, caçados pelo pai do Dario. Comemos a famosa Goulash, sopa cremosa com diversos tipos de carne, bebendo um vinho caseiro feito por ele mesmo. Sonho meu de longa data, casa no campo com parreiras de uvas no quintal, quer mais o quê?
Ainda tivemos tempo para visitar a cidade sagrada, pequena mas aconchegante. Muito religiosa também.
Voltamos com duas garrafas de Rakjia homemade embaixo do braço, melhor presente que poderia trazer de lá! (Além, claro, da bandeira assinada).
Percebi como o Dario era pouco materialista, dando valor para amigos e família, 70% do que eles usavam para temperar ou beber era feito lá mesmo, o que me levou a pensar como isto era natural antigamente e agora está tão distante das pessoas, principalmente das que moram em cidades maiores. Deveríamos dar mais valor para os produtos mais naturais, comida e bebida caseira, são as melhores, mais saudáveis e com certeza minuciosamente preparadas.
Na volta desta verdadeira experiência croata, encontramos o pessoal num lugar chamado Saloon, para nos despedir do David, meu colega de quarto!
Ao longo da semana fui contatando as pessoas que gostaria de me despedir e convidando-as para a festa que organizamos com o mesmo propósito.
Encontrei pela segunda vez com a Marília, brasileira de sangue que casou com um croata a abandonou a terra roxa do sul brasileiro! Brincadeiras a parte, ela é muito gente fina, trocamos muitas idéias e experiências. Ela viajou por toda Europa e possui um ótimo blog que vocês podem acessar no menu à direita do post. Valeu pelas conversas e cafés que você compartilhou, ambos com gostinho de Brasil.
Voltando a festinha, fomos ao famoso supermercado Vrutak, único lugar onde poderíamos encontrar a cachaça original brasileira, bem cara por sinal!
Na noite da festa fiquei muito contente porque apareceram pessoas que realmente não esperava, Milan por exemplo, rapaz da staff da Iaeste que só encontrei nos meus primeiros dias na terra desconhecida. Fizemos comida japonesa e bebida brasileira, todos curtiram bastante e o segurança demorou bastante para aparecer e, depois disso, encontramos o Dario do lado de fora do dormitório, que nos presenteou com uma torta muito gostosa feita por sua mulher.
A festa terminou no clube em frente ao dormitório, o famoso Roko. Terminou não, continuou noite adentro até que fossemos mandados embora. Curti bastante e consegui me despedir de quem realmente fez parte da aventura croata.
No outro dia, que foi o último no estágio, tomei um chá com minha mentora e conversamos durante uma hora inteira, fazendo um balanço final do trabalho que fiz lá, da viagem, das pessoas que conheci e dos planos futuros, quem sabe eles não aparecem aqui pelo Brasil?
Ficam algumas fotos dessa semana e de outras ocasiões envolvendo despedidas:
Ótimas recordações e uma leve dor no peito de rodar cada foto ao terminar de escrever, pensando nos momentos únicos que passamos. O melhor é que cada um destes envolvia ninguém mais, ninguém menos que as pessoas certas, no fundo, os lugares independem.
Náo se esqueçam de comentar!