Roma, a cidade alaranjada.

Pegando o tremzão de Veneza, dormi durante a noite e acordei na estação de Tiburtina.

Tem um detalhe que esqueci de comentar, sobre a composição dos vagões: peguei o trem com aproximadamente 6 vagões e quando cheguei em Roma ele tinha mais uns 10! Achei que tinha me tele-transportado ou coisa do tipo, mas é porque eles vão montando mais ao longo do trajeto, portanto não se assuste se você embarcar no último e acordar no do meio.

Chegando na estação fui direto para o metrô, que interliga boa parte da cidade. Incrível como o metrô de lá é underground, estações pichadas e obscuras, bem louco mesmo! Agora de volta ao Brasil percebo quanto o metrô de São Paulo é organizado, limpo, parece um shopping center perto de algumas estações de lá, o único problema é a extensão da malha, que deveria ser muito maior.


Comprei o ticket para 48 horas e era obrigatório pois eles tem as catracas para entrar na estação. Fiz uma conexão da linha B – Azul para a linha A – vermelha em Termini e fui no sentido de Battistini, para chegar ao Hostel. Primeira vez em que fiquei em um hostel, ainda mais um reservado pela internet! A experiência foi melhor do que esperava, percebi que basta ser um pouco social que tudo fica fácil e amizades aparecem. O site por onde fiz a reserva foi o Hostel World, tive um desconto pois os hostels tem um tipo de convênio, também existe o Hostelling International, são fáceis de acessar e bastam alguns cliques para obter o mapa do lugar e avaliações de usuários, a reserva é feita com cartão de crédito.

Cheguei, tomei um banho, peguei o mapa (companheiro!), umas dicas e sai com uma moça alemã, Fanny, muito gente fina que conheci no café da manhã para um tour clássico.

Pegamos o metrô de novo em direção ao Termini, que é a principal estação de Roma, e fomos para a Piazza della Repubblica (sim, coincidência!), onde vimos os primeiros traços da arquitetura, aqueles famosos arcos! Na fonte que ficava no meio da praça haviam esculturas de homens segurando animais, mais para frente percebi como eles sempre relacionavam essa imagem de homem + força. Na frente havia uma igreja imensa, Santa Maria degli Angeli, foi pura sorte acabar vendo o “show” ao vivo de um homem tocando um órgão também imenso. No chão de mármore se podia ver uma espécie de régua que era marcada por um feixe de sol, entrando por um furo no topo da construção que, para o espanto dos engenheiros de plantão, mostrava exatamente os solstícios e equinócios!

Saindo de lá fomos em direção ao sul, para o Monumento a Vittorio Emanuele II. Quando chegamos vi como Roma deveria ser em seus tempos dourados, ainda tendo os traços de uma cidade poderosa, imponente! Todas as construções de lá remetem a isso e claro, deveriam fazer jus ao império. O tal do monumento é espetacular, foi construído em homenagem à este homem, primeiro rei da Itália, e possuía diversas esculturas de guerra, além de um museu em seu interior com roupas e artigos relacionados, bastante legal! Lá em cima sentamos um pouco e a vista era mesmo bonita, com o famoso Coliseu ao fundo e ao som de violão tocado por um senhor na calçada.

Fiquei conversando com a alemã e achei legais os comentários dela sobre as pessoas de lá, ela morava em Hamburgo e disse que gostava de ver como as pessoas dos países tropicais são mais alegres e empolgados em tudo que fazem, salvo claro os preguiçosos de plantão!

Seguimos em direção ao Coliseu, não poderia faltar! O lugar é bem interessante, e pensar que o circo rolava solto por lá, espetáculos de todo tipo, enquanto que por aqui a gente não sonhava nem com um Maracanãzinho!

A fome bateu e pegamos um ônibus, recomendado pela alemã, para ir até um restaurante bem tradicional. É fato que os italianos mais velhos tem esse orgulho da língua e não gostam muito do Tio Sam, e pudemos perceber isso ao tentar pedir um copo d’água da torneira nesse lugar. Porém os jovens, como em todo lugar, são bastante atenciosos, prontos para ajudar sempre que pedíamos informação.

Depois voltamos pela Ponte Cestio apreciando a paisagem do Rio Tevere e as outras dezenas de belas pontes. Voltando pro Hostel fizemos um macarrão e saímos à noite sem rumo para encontrar algum lugar legal. Acabamos passando pela Piazza Pavona e entramos em um barzinho cheio de estudantes!

Voltei para o hostel e no outro dia, segunda-feira, planejei fazer uma caminhada sem paradas pelas ruas, passando por alguns pontos turísticos mas em sua maioria por entre a cidade, ruas e becos.

Sai andando e primeiro passei na Basílica S. Pietro e na sua Piazza, o Papa tinha aparecido por lá alguns dias antes para falar em público, mas não faria tanta questão em vê-lo, o que vale é a essência. Subi na cúpula e de lá a visão era muito bonita, dava para ver roma inteira e percebi que a cidade tinha um tom alaranjado, diferente do clássico cinza de muitas cidades.

A fila para o museu do Vaticano era quilométrica e dava voltas e mais voltas pela cidade-estado, também não teria tempo de encarar a aventura e fui logo indo para o centro.Como só tinha mais esse dia, fui andando de beco em beco, conhecendo o dia a dia do pessoal e passando por lugares como Castel Sant’ Angelo, Pantheon, Area Sacra e Fontana di Trevi.

A cidade é realmente muito bonita, tem a imponência mas ao mesmo tempo possue o charme de ruas calçadas em pedras escuras, vias e becos estreitos e suas pizzarias. Você percebe que foi muito bem estruturada pelos gênios, arquitetos e engenheiros do império, observando as pontes, arcos, fontes que jorram água potável em toda esquina e as Vespas fazem sucesso.

O porém, e sempre existe um, é pensar que toda essa riqueza não surgiu por mágica e sim às custas de muitos impostos, exploração de países conquistados e seus gênios, sem falar de guerras atrás de mais guerras. Mas a ganância é inerente ao homem e quantos, na história, já não utilizaram essas técnicas?

Depois de andar muito, tirar centenas de fotos, voltei para o hostel para pegar minhas coisas e seguir para Termini novamente e pegar o trem de alta velocidade Fecciargento rumo à Florença, 380km/h de pura emoção!



Ficam algumas fotos da cidade que foi praticamente o centro do mundo durante um período próximo da idade do nosso Brasilzão, depois de conhecer os portugueses, ora pois!

Praça da República!
Santa Maria degli Angeli.
Fanny e eu.
Olha quem tá ali no fundo…
Monumento! Detalhe na proporção pessoa – construção.
Arco di Constantino.
Vista da Ponte Palatino.
Vista da Ponte Palatino.
No hostel.
Uma das centenas de fontes.
Descobri o porquê do laranja!
Na Piazza de S. Pietro.
Jogando uma moeda na Fontana.
Fontana di Trevi
Enquanto não vou para o Egito.
Metrô.

E como não podia faltar:

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