Lima
A passagem por Lima era opcional no primeiro roteiro mas, depois de conversar com o Vinicius e analisar melhor o tempo que tínhamos, decidimos fazer uma parada por lá, mas, ainda sim, economizar um tempo de viagem ao fazer o trajeto Lima -> Cusco de avião.
Pegamos o ônibus em Ica e chegamos em Lima de madrugada, após uma viagem longa. Para variar, mais um de nossos famosos desembarques noturnos. Felizmente dessa vez a cidade era grande e não tivemos problemas em pegar um taxi para nosso hostel, Pariwana. Esse hostel é famoso entre mochileiros e pode ser encontrado em Lima e em Cusco, bastante organizado, limpo e confortável além de contar com lockers individuais nos quartos. Outro ponto positivo é que ele fica no bairro bohêmio de Miraflores, portanto você encontrará o que quiser ao sair para a rua, seja um lugar para comer, beber ou para uma noitada.
Créditos da foto no início do post: http://ultraclay.com/
Outro detalhe dos hosteis que ainda não havia mencionado é sobre a variedade restrita do café da manhã, quase sempre incluso na diária. Durante toda nossa viagem pela Bolívia, Chile e Peru o café foi sempre pão, geléia e chá e portanto, se você estiver com aquela fome esperando um banquete, pode ir se preparando para comer uns 10 pãezinhos com geléia. Planeje-se e traga algo de fora para adicionar e dar aquela sustância que um garotão ou garotona jovem como você precisa para as atividades do dia. 🙂
Para viajar de ônibus pelo Peru existem 2 opções: a primeira é pela empresa Cruz del Sur, que é de longe a melhor em relação à conforto e segurança e a segunda opção é por empresas de mais baixo custo. Nossa lógica adotada foi de viajar com a Cruz sempre quando pretendíamos dormir no ônibus ou para viagens longas.
De volta ao hostel, nessa noite só dormimos, para aguentar o dia seguinte. Não acordamos cedo e ficamos de molho durante a tarde. Finalmente à noite fomos para o aclamado restaurante Astrid y Gaston, o qual seria eleito o melhor da américa latina no ano seguinte, claro que contribuição foi de suma importância para essa vitória. O Vinicius, com seu gosto requintado de quem não bebe cerveja de milho foi quem sugeriu, eu na verdade teria comido um dog de baixo custo mas confesso que não me arrependi e a experiência foi muito boa. Chegamos no restaurante de taxi e após ver os valores altos do menu decidimos pedir um tipo de entrada, ceviche e mais uns drinks de pisco. Foi e seria o melhor ceviche da minha vida e por isso recomendo a todos ao menos dar um pulo por lá se estiver em Lima. O ambiente é refinado e os clientes chegavam e saíam de Mercedes. Nós saímos no modo andarilhos com a seguinte máxima na mente: “Em ambientes internos, seja na balada ou em um restaurante, todos sempre estarão à pé”.
A continuação da noite aconteceu graças ao contato de uma moça que havíamos conhecido em Santa Cruz – Bolívia e que morava em Lima, saímos para tomar uns drinks em um lugar chamado Ayuhasca (não, não tinha chá). O lugar era sensacional, um bar com muito estilo montado em um casarão, com pelo menos 5 ambientes. Era aconchegante, o lugar certo para conversar e tomar uns drinks, e foi exatamente isso que fizemos, com muito orgulho e paixão.
Já no outro dia iríamos para o aeroporto pegar o avião para Cusco e por isso não estendemos muito a noite. Infelizmente tivemos pouco tempo em Lima, que é uma cidade com muitas opções culturais e gastronômicas. Vale a pena voltar para visitar seus museus e até tentar dar um pulo nas gélidas praias.Fizemos a viagem para Cusco pela empresa Peruvian Airlines. Foi bem rápida mas a vista pode ser admirada, chegando em Cusco já víamos um mar de montanhas e picos, ansiedade aumentava a cada hora.
Cusco
Chegando em Cusco a sensação foi de estar de fato na antiga capital do grande império Inca (Séc XIII até 1532). Podíamos notar diversas construções de pedra escura como igrejas imponentes, edifícios, além do calçamento de algumas ruas e passarelas centrais, tudo o que os construtores tiravam de letra na época. O centro da cidade é muito bonito, bastante movimentado e cheio de energia, contando com pessoas de todos os cantos do planeta, afinal, ali é o ponto de partida para diversos passeios nas ruínas incas, principalmente Machu Picchu.
Dentre as atrações, pode-se citar o Vale Sagrado, com numerosos rios, foi uma região geográfica favorável e estratégica para gerar riquezas na época do império. Lá existem muitas ruínas como por exemplo a fortaleza Sacsayhuaman.Outra atração que fica a caminho do início da trilha inca é a fortaleza de Ollantaytambo, onde é possível apreciar a grandeza do império inca e a habilidade que tinham com construções, usando pedras cortadas como se fosse a laser e encaixadas magicamente umas sobre as outras.
Existem os passeios de trilhas nas montanhas que são recomendados aos mais aventureiros. Os mais famosos são o da montanha Salkantay (5 dias e 4 noites), para quem está interessado em um visual selvagem, deslumbrante porém sem ruínas e o Caminho Inca (4 dias e 3 noites), com muita energia também e ruínas ao longo do vale do rio Urubamba.Finalmente, há passeios mais curtos de 2 dias até o mais rápido e fácil de todos que é Machu Picchu em 1 dia, onde pega-se o trem até a cidade de Águas Calientes para pernoitar e subir até a cidade sagrada na manhã do dia seguinte. Eu recomendaria ao menos uma trilha de 1 dia pois o caminho quase sempre acaba causando um impacto positivo e a realização ao se chegar no destino acaba sendo multiplicada.
Ficamos em mais um Wild Rover Hostel, deixando as malas para então seguir até a agência onde havíamos feito a reserva há aproximadamente 5 meses atrás. Vou contar com mais detalhes todo o processo de reserva quando escrever sobre a subida até a cidade inca.Existem dezenas de agências espalhadas pela internet, escolhemos a NC Travel Cusco por recomendação de outros sites de viagem. A agência foi excelente do primeiro contato até a despedida e lidam com muitos brasileiros, além de ter um custo competitivo.
Chegando lá uma moça que acabara de voltar da Salkantay nos contou que o clima estava congelante lá em cima das montanhas, mas que valeu cada segundo, o que nos motivou ainda mais! Combinamos o restante com o dono da agência e foi também quando conhecemos quem seria nosso guia, o famoso Carlos, que chamávamos de Carlitos ou de Garotinho.Depois das devidas apresentações e de pegar os sacos de dormir saímos por Cusco para conhecer um pouco das suas ruas e monumentos. Passamos pela Plaza de Armas, a Iglesia de la Compañía de Jesús e o mercadão. Neste mesmo dia conseguimos conhecer o processo de produção de chocolate, bastante interessante.
Como a van nos buscaria na madrugada do dia seguinte preferimos ficar tranquilos e dormir cedo para aguentar os 4 dias futuros de trilha. Fomos comprar alguns suprimentos num mercado próximo e depois jantamos pelo centro mesmo. No final da noite fomos ao hostel “tentar” separar uma mochila apenas com o essencial.
DICA: pratique o desapego, o hostel tinha um quarto onde era possível deixar uma outra mochila com coisas que não seriam usadas na trilha, para levar realmente o básico e o que fosse realmente importante, em outras palavras, uma mochila leve. O problema é não tínhamos mala extra de tamanho grande e acabamos levando algumas roupas a mais, que ficaram bem pesadas no final da trilha.
Portanto, leve o mínimo possível, um total de roupas que entrem em uma mochila de 20, 30l no máximo.
Uma relação bem simplificada que criei para escolha e montagem de uma mochila para trilhas curtas, de no máximo 10 dias foi: volume em litros = 10 * dias de trilha / 2.
Abaixo segue uma ilustração com os tipos de mochilas e suas características principais.
Tudo pronto, fomos dormir e às 6am saímos para a aventura tão esperada, que vou contar no próximo post. Pachamama nos aguarda!
Até mais e não se esqueçam de comentar!