Piñar del Rio, Viñales e seus charutos, Cuba (final)

Em nossos últimos dias em Cuba resolvemos fazer o passeio até Piñar del Rio e Viñales, região ao oeste da Ilha, famosa pela suas características naturais ideais ao cultivo de tabaco.

Para quem tem ideia de fazer esse passeio em um dia, recomendo contratar o tour em qualquer uma das agências nos hotéis mais famosos, como Inglaterra, Plaza ou Ambos mundos, sempre procurando os guichês das agências. Os preços são tabelados então muita barganha não funcionará nesse caso – 70 CUCs.

Saímos cedo da frente do Hotel Santander e seguimos para oeste passando por El Vedado, os hotéis na Avenida 5ta e então entrando na autopista A4.A guia era bastante comunicativa e descreveu muito bem alguns detalhes da sociedade e economia em Cuba, os quais menciono nos posts de Trinidad e Havana. Também enumerou os motivos da região de Viñales ser apta a produzir o tabaco dos melhores charutos do mundo, que são três fatores:

  • características do solo, que deve ser rico em nitrogênio;
  • temperatura amena, com sol constante ao longo do ano;
  • alta humidade relativa do ar.

Foto no início do post: plantação de tabaco em Viñales.

Plantação de tabaco – jovem.

A região de Piñar del Rio e Viñales foi agraciada com essas características e desde 1800, quando primeiros plantadores de tabaco chegaram das Ilhas Canárias, vem fornecendo tabaco para o mundo.
Paramos primeiro em Piñar, uma cidade simples, pequena e colorida. Lá visitamos um lugar onde se produz uma famosa bebida da região, conhecida como Guayabita del Piñar, obtida com a destilação dessa pequena goiaba. Também passamos por uma loja mais turística onde era possível comprar os mais famosos charutos como Romeo y Julieta, Cohiba e Montecristo.

Casinha em Viñales.

Em Piñar também há um passeio famoso na plantação de tabaco de Alejandro Robaina, porém nosso passeio não incluia este e fomos direto à Viñales. No percurso até Viñales nos deparamos com a primeira estrada sinuosa e com elevação, ao atravessar a Sierra de los Órganos. Terminada a serra, nos deparamos com o belo Valle de Viñales, declarado pela UNESCO como patrimônio mundial, é circundado também pela Serra del Rosário.

A cidade no Vale é pequeníssima e a estrada é também sua avenida principal. As casas de um andar são clássicas e muito bem conservadas, percebe-se a importância do turismo ali pois praticamente todas as casas oferecem seus quartos para aluguel. Vimos as primeiras plantações e os armazéns para estoque das folhas, como se fossem grandes cabanas canadenses de palha. O processo de produção, da plantação até o produto final, leva aproximadamente 9 meses.

Armazém para estocagem das folhas.
No caminho, anos 50.

Paramos em uma plantação para observar ao vivo um “campesino” enrolar um charuto a partir das folhas. O processo é totalmente manual e quase um ritual que, dentro do celeiro, tornou a experiência ainda mais valiosa. Como citei nos posts iniciais, os plantadores de tabaco devem vender mais de 90% da sua produção ao governo, porém, normalmente declaram menos para poderem fazer charutos e vender aos turistas como fonte de renda alternativa. Algumas pessoas compraram os charutos feitos na hora e seguimos para a próxima parada.

Campesino enrolando um puro.

Como comentei acima, todo o processo se equipara à um ritual e cada um dos passos são seguidos com todo o cuidado, garantindo a qualidade do produto final.

Sementes da planta tabaco.

Após a visita à plantação, fomos até uma caverna. Estava bem cheia e ficamos esperando um bom tempo na fila para pegar o barco lá dentro mesmo, após chegar até um lago interno, criado artificialmente com uma barragem O passeio de barco é rápido e este faz o percurso até a saída, nos deixando novamente nas barracas que vendem lembranças do local e, claro, muito rum e tabaco.

Saída da caverna vista do lado interno.
Pequeno lago após a saída da caverna.

Fomos então até o Mural da Pré-História e seu restaurante. Na nossa sincera opinião, o mural foi uma péssima ideia pois além da pintura ser tosca, furtaram uma paisagem que seria bela naturalmente, com a imponente parede de rocha exposta. De qualquer forma, almoçamos e seguimos para a última parada, o mirante.

Ana e o mural da pré-história.

O mirante proporciona uma linda paisagem do Vale, quase uma pintura, com pequenas casas mergulhadas na profundidade do vale. Tomamos um sorvete enquanto conversávamos sobre todas as aventuras até então e retornamos ao ônibus de volta à Havana.

Vale de Viñales.

E essa foi a última parte do relato sobre Cuba, não deixem de ler as primeiras partes:
– Dicas Gerais e chegando em Havana
– Trinidad e seu charme
– Explorando Havana
– Cayo Largo

Obrigado pela curiosidade dos leitores assíduos que vieram até aqui, até a próxima!

Hasta Luego! Cuba!

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