Uruguai e Argentina: 19 Dicas Práticas

Começo este novo post agradecendo ao Guilherme Martinhon, por ter dedicado um tempo considerável durante sua viagem para anotar essas dicas práticas para os aventureiros das terras caboclas, de muito valor para todos que desejam visitar esses países em um futuro próximo.

Convidei-o como um colaborador do blog assim como fiz com outras pessoas amantes de viagens. A ideia é tornar o blog mais colaborativo e diverso, aumentando a frequência das postagens, assim como a diversidade nos estilos de escrita e pontos de vista, enriquecendo o conteúdo disponibilizado para vocês, caros leitores! Espero que gostem.

Imagem no início do post: Feira de San Telmo. Créditos site do governo argentino.

Uruguai

1. Uber funciona super bem no Uruguai, porém, se estiver em até 2 pessoas e querendo economizar ao máximo, vale utilizar a van para o trajeto do Aeroporto até a cidade. Custa 400 pesos (~50 reais) por pessoa. Já o Uber, embora mostre um valor estimado de 400-500 pesos para o trajeto até o Centro, acaba saindo mais caro porque os motoristas sempre preferem ir pela Rambla, que é mais longe. No meu caso, paguei P$700 e P$840 nas duas viagens que fiz. A parte boa é que em ambos os casos os motoristas eram super simpáticos e foram contando detalhes sobre Montevideo e o Uruguai, então o custo pode ser minimizado se você considerar que inclui uma aula cultural;

2. Se sua viagem para Montevideo coincidir com feriado, planeje-se para passeios ao ar livre ou para curtir a paisagem e o pôr do sol na Rambla. Tudo fecha. Se for 1/Maio então, nem taxi ou ônibus tem na rua. Foi o meu caso e sequer o Mercado del Puerto abriu. Por sorte escolhemos o dia para ir até Punta (mas tivemos que alugar o carro no aeroporto, porque as locadoras do centro estavam fechadas).

3. Se tiver a mesma ideia e o feriado emendar com o fim de semana ou for prolongado, atente para a hora da volta de Punta. Da mesma forma que em SP, todos querem “descer”, ou melhor, “subir” para Punta no feriado. No fim, obviamente, todos tem que voltar e o resultado é o bom e velho  congestionamento, não tão absurdo quanto em SP, mas o suficiente para fazer você perder a hora de devolver o carro e encontrar a locadora fechada – lembre-se, é feriado, todos tem o direito de aproveitar!

4. Cartão de crédito é aceito em todo lugar e em cada esquina tem uma casa de câmbio (elas são lotéricas também). Também não tive problemas em usar o cartão para efetuar saques (ao contrário da Argentina…). Mas não esqueça seu cartão na máquina!! Ao contrário do Brasil (na verdade por tudo que já vi, os caixas eletrônicos brasileiros são os diferentes e melhores neste sentido), a máquina é daquelas que engole o cartão e só devolve no final, DEPOIS que você pegou o dinheiro. Então não fique todo alegrão ao ver aquele monte de dinheiro e esquecer o cartão lá hein?

5. Na hora de pagar, a atendente sempre pergunta se pode adicionar a gorjeta (“propina”) e ela especifica o valor na maquininha do cartão.

6. Aqui vai uma “inconsequência” que fiz, mas que deu certo: deixei para comprar a travessia de Colonia para Buenos Aires no dia da viagem. Chegamos em Colonia umas 5 horas antes da partida e fomos para o porto, que fica ao lado da rodoviária. Quando comecei a ver passagem da Buquebus ainda no Brasil, era P$1034/pessoa; quando já estava em Montevideo, chequei e já estava P$1300/pessoa. No Porto de Colonia… P$770/pessoa numa promoção de last minute segundo o funcionário. Era inclusive mais barato que a Seacat (a low cost da Buquebus). Detalhe: precisa pagar em dinheiro, mas tem um caixa eletrônico no porto (foi daí que tirei a lição do esquecer o cartão…) 

 Porto em Colônia.

7. Esteja preparado para gastos. Tirando transporte, tudo é mais caro lá que no Brasil. Pratos em restaurantes médios (digo, nada de chiqueza) saem em torno de P$1500 (R$174,00). Mas vale dar uma olhada ao redor para o tamanho dos pratos. Em vários casos vimos que o prato era gigante e um daria para dividir – e ainda sobraria lugar para a sobremesa. 8.   Se precisar de internet, fique tranquilo. Existem pontos de wi-fi a cada dois quarteirões nas principais vias. É só olhar pra cima e procurar uma bandeira nos postes para se conectar. 

Ferry Buquebus Colonia -> Buenos Aires.

Argentina – Buenos Aires

1. Embora funcione, o Uber não é legalizado em Buenos Aires. Então, se você chamar e ver que o motorista está parado a dois quarteirões de onde você está, é porque tem táxis nas proximidades e ele precisa esperar eles sairem para poder chegar até você. No fim eu vi que nem compensa a espera, porque táxi tem aos montes e não vi muita diferença de custo (se é que existe).

2. Dependendo do horário que chegar ao porto de Buenos Aires, compensa pegar o próprio transfer do saquão (Remises). Custa P$300/viagem (isto é de lá até a Recoleta, mas varia conforme o bairro) e, claro, o Uber vai a princípio se mostrar mais barato. Só que, se for fim da tarde, o trânsito é intenso e os congestionamentos são comuns. Então muito provavelmente o Uber vai acabar saindo mais caro.

3. O metrô de Buenos Aires é muito bom, limpo e com uma malha que atende boa parte da cidade, ou pelo menos os lugares de interesse turístico. Quando estava lá custava P$7.50 (~1.10), mas fui informado que subiria para P$11 (~1.65) no dia seguinte à nossa volta (Ufa!). A parte boa é que se você pegar outro metrô em menos de duas horas, tem desconto na tarifa.

4. O metrô não tem tíquetes, e para usar você precisa comprar uma tarjeta Sube, que custa P$25 (R$3,70) e não é reembolsável. Você compra nos guichês (também vi vendendo nos quioscos) e carrega ali mesmo com quanto quiser (para carregar o atendente vai pedir que você encoste o cartão em um sensor no vidro). E mesmo que você esteja em família, pode comprar um cartão só e passar todo mundo – só não vale passar primeiro e deixar a sogra pra trás 🙂 

Cartão SUBE, do metrô de Buenos Aires.

5. Dica importante: leve dinheiro e pode ser reais mesmo! Pelo que vi, agora que o cartão de crédito está se popularizando na Argentina (e olha que o governo teve que criar uma lei que obrigasse os estabelecimentos a aceitar cartão!), então vale sempre perguntar se o lugar aceita o dinheirinho de plástico. Mas repare que vai ser comum os argentinos pagando com dinheiro em espécie. O legal é que muitas lojas e restaurantes aceitam reais numa cotação até melhor que as casas de câmbio, então não se preocupe muito em sair correndo para trocar (claro, sempre bom ter alguma coisa).

6. Outra razão para levar dinheiro é que sacar na Argentina não é tão fácil. Depois de tentar em várias agências de diferentes bancos, com cartão do BB e do Santander, consegui apenas em uma agência central do Santander atrás da Igreja Metropolitana. A impressão que tive é que os bancos não são interligados com as redes Cirrus (Master) e Plus (Visa), mesmo porque não vi nenhum adesivo que identificasse, mesmo nesta agência Santander.

7. Ah, se pagar com cartão o procedimento é diferente do Uruguai. Embora não venha na conta, na Argentina a propina é meio que uma obrigação (igual aqui). E como não vem na conta, não dá pra colocar no cartão. Então o garçom te leva até o caixa (lembrem-se, cartão é coisa nova, só tem uma máquina) e fica do seu lado, esperando a gorjeta em dinheiro. O padrão é 10% e não se preocupe se não tiver trocado – é só dizer o quanto é pra descontar que eles dão o troco! 🙂

8. Falando em casas de câmbio, ao contrário de Montevideo, elas são escassas em Buenos Aires e concentram-se basicamente no centro (Calle Florida) e nos arredores da Igreja Metropolitana. Dizem que o Banco de La Nación oferece a melhor taxa, mas estava uma fila… Eu troquei no Cambio Alpe (também tem fila, mas é mais rápido). Também tem a opção do cambio negro com as pessoas na rua, mas preferi não arriscar (tem muita nota falsa circulando da Argentina).

9. Se estiver lá em um domingo, não deixe de ir na Feira de San Telmo. São uns 10 quarteirões de muita antiguidade e trabalhos artesanais. Talvez vocês vejam em alguns blogs um alerta para ir antes das 14h porque depois fica lotada, blablabla, mas chegamos lá umas 14:30 e não vi nada diferente das feiras livres do Brasil – na verdade para quem já foi na 25 de Março aquilo é fichinha. Então, uma sugestão de rota é pegar um taxi até o Caminito, dar uma andada por lá, ir até o estádio do Boca e de lá subir de volta em direção ao centro – a feira vai estar no meio do caminho. Acredite, você não vai gastar muito tempo no Caminito e vai passar boas horas na feira. 

Bairro La Boca.

10. Para ir do Caminito até a feira, você tem a opção de taxi ou a pé (é uma boa andada, mas não chega a ser longe). Nós fomos de táxi apenas para ganhar tempo porque era nosso último dia lá e ainda tinhamos lugares para visitar e alfajores para comprar. Mas iria a pé numa próxima vez. Muitos podem me crucificar de sugerir ir a pé, mas de verdade (e seguindo o exemplo da lotação da feira), não vi nada desabonador lá ou que se diferenciasse da nossa realidade (pelo menos da minha). Agora se quiser andar apenas por lugares bonitos e charmosos, é, vá de taxi!

11. A alimentação na Argentina é mais barata que no Uruguai, mas ainda um pouco mais cara que no Brasil. A dica do tamanho do prato é válida lá também (este milanesa aí embaixo é supostamente para 2 pessoas!!!) 

Milanesa para abrir o apetite.

Até um próximo post com mais dicas para motivá-los a fazer uma viagem inesquecível.

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