7 Dias em Cartagena e San Andrés

A América do Sul sempre me surpreendeu positivamente e dessa vez não foi diferente.  O plano para conhecer a Colômbia surgiu de repente e foi provavelmente a viagem em que menos planejamos os detalhes, se deixando levar pelo calor, literalmente, caribenho.

Fiz a viagem com a Ana, parceira número 1 de aventuras e experiências ao redor do mundo.Queríamos praia, sombra e água freca e por isso focamos a viagem em Cartagena e San Andrés, onde esperávamos re-encontrar os 7 tons de azul do mar caribenho, guardado com carinho nas nossas lembranças de Cayo Largo, em Cuba.Foram 2 dias inteiros em Cartagena, desfrutando do ambiente mais histórico e de cidade, para então curtir as praias em San Andrés por 5 dias.Foto no início do post: Ruas de Cartagena.

Planejamento

Passagens aéreas de Guarulhos-SP para Cartagena, com escala em Bogotá pela Avianca. A viagem de Cartagena para San Andrés foi pela Latam em um vôo bem rápido de 1h20.
As reservas das hospedagens fizemos pelo Booking.com e Hotels.com.

Em Cartagena buscamos pelos hotéis-casa boutique e ficamos em um chamado Hotel Noi. Em San Andrés buscamos por um de bom custo-benefício com água quente (não muito comum por lá) e que ficasse em uma localização perto o suficiente da praia central Sprat Bright para poder ir caminhando mas não tão perto para ouvir o barulho dos automóveis e motinhas que rodam freneticamente pelas ruas principais – ficamos no Hotel Le Castel Blanc, uma casa toda branca com uma aparência mista de Grécia com castelo.

Todos os passeios e aluguéis fizemos na hora ou no hotel ou na agência/cooperativa de turismo. Não tivemos nenhum problema ou falta de vagas – lembrando que fomos em Julho, baixa temporada.

Cartagena

Cartagena das Índias, ou apenas Cartagena, teve um papel muito importante na região do Caribe como o principal porto comercial da américa espanhola, para escoamento de ouro e prata. Posteriormente foi um dos maiores centros de comércio de escravos – definitivamente um título não digno de orgulho. Dada sua riqueza e prosperidade, logo se tornou um objeto de desejo dos piratas saqueadores, levando a construção de fortes e muralhas ao seu redor para garantir a proteção a longo prazo, erguidos ao longo dos Séculos XVII e XVIII.

O símbolo principal de defesa da cidade é o Castelo de San Felipe de Barajas.Outro destaque que não se aplica apenas à Cartagena é a oferta imensa de esmeraldas. A Colômbia é o maior produtor do mundo, portanto, se estiver interessado em adquirir os sonhos verdes, lá é o lugar.

Ruas em Cartagena.
Uma das praças em Cartagena.

Cidade Charmosa
Logo após chegarmos já notamos um charme no ar da cidade. Como foi uma cidade de destaque perante a nobreza espanhola, em outras palavras, a queridinha dos espanhóis, investimentos não foram poupados para tornar a cidade agradável aos olhos do mais detalhista dos observadores. Basta caminhar pelas suas estreitas ruas para se distrair com a brincadeira de cores em cada um dos casarões, além das plantas floridas interligando telhados e paredes.

Uma das milhares de janelas pintadas com cores muito vivas.

Se fosse possível imaginar Havana, sem o embargo americano e a consequente retração econômica de Cuba no regime de Fidel, ela seria Cartagena.Além dos casarões, igrejas como a Santa Catalina e a San Domingo de destacam na arquitetura baixa da cidade.Restaurantes de todos os tipos podem ser encontrados, os que pudemos desfrutar e que recomendamos são: El Santíssimo, MonteSacro, Di Silvio e El Barón. Além desses, também fizemos um lanche no simpático coffee shop Prispí.

Os pratos mais tradicionais servem peixe (aliás, muita comida do mar por lá), patacones – uma massa de banana frita e o arroz de coco.Como comentei, a cada esquina vocês encontraram uma loja de esmeraldas. Além desse comércio também vimos muitos museus de ouro, visitando um para matar a curiosidade.

Castelo de San Felipe.
Túneis do Castelo.

O por do sol é uma atração muito bem cotada em Cartagena e o local mais famoso é o Café del Mar, sobre um dos balaustes da muralha. Ele fica bem lotado todas as tardes e você pode simplesmente caminhar e achar um lugarzinho na muralha para ter a mesma visão de quem está no Café. Nós tivemos o privilégio de ficar em um hotel que tinha uma vista ótima para o mar.

Getsemaní e sua arte de rua

Saindo um pouco do centro histórico, decidimos fazer um walking tour pelo bairro de Getsemaní, ao sul da cidade. Lá é um bairro com muita história, onde foi construído o primeiro monastério e onde os trabalhadores braçais, filhos de escravos com europeus, construíram suas vidas.

Bar cubano em Cartagena, lotado!

É um bairro muito artístico, com grafites por todos os lados, pinturas, esculturas e intervenções urbanas, como os famosos guarda-chuvas que cobrem uma das pequenas vielas. Um passeio para mostrar o lado B da cidade.

Famosos guarda-chuvas em Getsemaní.
Arte nos muros em Getsemaní.
Nosso querido Hotel Noi.

San Andrés

Após o banho de história em Cartagena, havia chegado o momento do banho de sol e mar. Seguimos para San Andrés, uma ilha ao norte de Cartagena conhecida pelo seu mar caribenho, carrinhos de golf, lagostas e o drink coco-loco.Reservamos o hotel pelo Booking.com chamado Le Castel Blanc. Como disse no início do post, a localização era muito boa, ao norte da ilha, próximo ao aeroporto e do centro.

Transporte

Fizemos a volta à ilha no primeiro dia e para isso a melhor opção é alugar um carrinho no estilo desses de golfe ou então uma moto pequena, ambos sem marchas portanto é só acelerar e curtir a viagem.Alugamos o carrinho no hotel por conta da comodidade de acordar e já sair com ele de lá, porém, se preferirem, o nome da agência era Maribesa S.A.S. e o contato Martín Pacheco, cel 310 615 2683. Os carrinhos dessa agência eram bem conservados da marca Kawasaki, os quais andavam um pouco mais rápido que os de golfe.

Os preços variam entre 150 e 200mil pesos colombianos para andar das 9h às 18h com o carrinho. Já o aluguel da moto custa o mesmo valor porém você pode ficar 24h com ela e aproveitar a noite.Os taxis também são uma opção e custam em média 10mil pesos para trechos do centro até regiões próximas ao aeroporto.

Ainda sobre o transporte, o trânsito no centro da ilha é intenso e desorganizado, com muitos carros, motos e os carrinhos se movimentando de um lado para o outro, com muita emoção e buzina. Calma, não se desespere, 5 min dirigindo para o sul a tranquilidade já começa a acenar, com praias mais desertas e paisagens muito bonitas.

Praia em Johnny Cay.
Praias com passeio terrestre

A praia central, chamada Sprat Bright, já tem uma vista excepcional, com o mar alternando os tons de azul até se encontrar com o horizonte. É uma praia mais badalada porém ao contrário de outros relatos que classificavam essa praia como caótica e lotada, eu achei que o movimento era médio. Tudo irá depender das suas expectativas, claro, e se você espera por uma praia exclusiva lá não será o lugar.

Praias que se encontram ao longo da costa, durante os passeios de buggy ou moto.

Seguindo no sentido sul pelo litoral leste, saindo do centro, a primeira praia é uma que gostamos muito por não ter muita estrutura e ser uma das mais tranquilas, um pouco antes da San Luis. Essa praia é o ponto de partida para aqueles que desejam se aventurar nos esportes aquáticos como caiaque, SUP e kitesurfing – esse último muito praticado devido aos ventos fortes e constantes na ilha.

No mesmo sentido, está a praia de San Luis, de onde em teoria se pode caminhar por um banco de areia até a Rocky Cay, ilha bem à frente. Em teoria pois os locais estavam restringindo essa travessia com a justificativa de ter acontecido um acidente com afogamento semanas antes. Para atravessar era necessário pagar para um barqueiro, que atravessava o mesmo trecho puxando um barco a pé (?) por uma corda.

Mais ao sul, muitas paisagens bonitas, bancos de areia e recifes. No extremo sul há um emaranhado de barracas e bares, onde a atração é o “hojo soprador”, um buraco na rocha que canaliza o ar pressurizado pelas ondas nas rochas e joga-o para cima, em direção aos turistas.

Do lado oeste da ilha está La Piscinita, uma piscina natural com muitos peixes e onde o pessoal pratica snorkell – recomendado!Fechando a volta à ilha, também há o Museu da Caverna de Morgan porém não paramos lá.

Praias com passeio de barco

Além das praias da ilha, pode-se contratar passeios que levam para outras ilhas menores ao redor, mergulho com cilindro ou ilhas mais distantes de no mínimo 1 dia.

Fechamos o passeio para as ilhas Cayo Aquario e Johnny Cay na agência-cooperativa mais famosa e com um bom custo-benefício, a Coonative Brothers. Pode-se comprar o passeio com 30min de antecedência, em uma das duas casinhas amarelas no centro da praia Sprat Bright.

Cayo Aquario.
Beijo em Cayo Aquario. 😉

Saímos nesse passeio às 9:30, em um barco com aproximadamente 16 pessoas.No meio do caminho, nos deparamos com um tom de azul único, que nem eu nem a Ana havíamos presenciado antes. Difícil descrever o azul de tom mais escuro porém vivo, como se possuísse uma leve fosforescência.

Ao colocar os pés em Cayo Aquario, o pessoal já vem oferecendo aluguel de snorkell, sapatilhas para andar sobre os corais e ouriços, além do clássico guarda-volumes. Dica: caso não tenha, vale a pena comprar as sapatilhas e o snorkell no centro – o aluguel para cada utilização é de 2/3 do preço e após usar 2 vezes já estará pago.

Entramos novamente no barco e seguimos para Johnny Cay – uma ilha maior e com mais estrutura onde almoçamos um peixe com patacones e arroz de coco. Nessa ilha também é possível usar o snorkell para observar os peixes mas o forte dela mesmo são as iguanas, inúmeras espalhadas por todo canto.

Restaurantes e Bares

Estar no caribe significa aproveitar a culinária do mar e, para isso, a recomendação principal é ir no restaurante La Regatta. Localizado no meio da marina entre os barcos, ele fica em uma plataforma fixa sobre a água e tem uma decoração bastante curiosa, desde a entrada com casinhas super coloridas, até o restaurante, imitando um barco e seus apetrechos. O prato de lagosta com 3 molhos serve bem 2 pessoas e é uma ótima opção.

Drink no La Regatta.
Lagosta no La Reggata.

Também fomos no bar-restaurante The Islander e tentamos visitar outro restaurante no lado oeste, El Rincón de La Langosta, que estava fechado.Durante a volta à Ilha, um restaurante muito bom do lado leste é o El Paraíso, onde se come bem por um preço ótimo, além dos drinks tradicionais – piña colada, margarita e coco loko.

Em uma das noites, comemos em uma pizzaria local, simples, caseira e muito saborosa. Se chamava pizzaria Pizza da Maria, na Carrerra 14 perto do Le Castel Blanc hotel.

E as dicas se encerram aqui. Essa foi uma amostra das nossas experiências durante essa memorável viagem, espero que tenham gostado e caso tenham alguma dúvida, comentem!

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