Cayo Largo, (playa) Paraíso na Terra, Cuba (pt 4)

Cayo Largo foi adicionado em nosso destino como o verdadeiro local zen, para descanso e desligamento do mundo alucinado. Estávamos em dúvida de qual praia ou cayo visitaríamos e a dúvida foi sanada depois de ler alguns relatos sobre Varadero, Cayo Coco e por fim Cayo Largo.

Varadero é o destino mais famoso quando fala-se em praias e badalação e, por isso mesmo, você encontrará muitas pessoas por lá, centenas de hotéis, resorts e agitação. É bem próximo de Havana e de fácil acesso via Táxi ou Ônibus de viagem / municipal por 10CUCs o trajeto. Em alguns relatos li sobre ser um destino há muito tempo conhecido e por isso os hotéis são mais velhos e menos conservados, fique atento.

Cayo Coco é um destino novo, fica na costa norte de Cuba assim como Varadero e é formado por um grupo de ilhas. Suas fotos mostram um lugar mais tranquilo e natural, um destino a ser levado em consideração. O acesso pode ser feito de avião ou pela estrada direto de Táxi ou Ônibus de viagem, parando em Santa Clara e então novamente de Táxi até os Cayos.

Foto no início do post: Playa Paraíso.

Cayo Largo, por sua vez, é uma ilha ao sul de Cuba e só pode ser acessada de avião (30min) ou helicóptero (2h). Além de sua localização distante, tem poucos hotéis e resorts, contribuindo para um lugar com poucas pessoas e natureza conservada. Após ver algumas fotos decidimos que esse seria o nosso destino.

Para ir até Cayo Largo você pode fechar um pacote de viagem com uma das agências que citei no primeiro post, ou comprar cada passagem por conta.
Após pesquisar essas duas opções, ir por agência acabou mais barato, por U$560/pessoa com direito a:

  • Transfer hotel (mais próximo da casa paticular) <-> aeroporto Baracoa
  • Passagens aéreas ida e volta
  • Transfer aeroporto Cayo Largo (Vilo Acuña) <-> resort Sol Cayo Largo
  • 3 dias no resort Sol Cayo Largo all inclusive

Comprando por conta, acabaria ficando U$680/pessoa, fica a seu critério escolher. Outro problema é conseguir comprar as passagens de avião online, há muitos sites e fica difícil confiar. O mais recomendado, caso você não feche com agência antecipadamente, é ir em alguma agência já em Cuba, na recepção dos hotéis mais famosos como Inglaterra, Plaza ou Ambos Mundos, e comprar o pacote ou passagens avulsas.

Estávamos com os vouchers da reserva do hotel, porém o horário do voo ainda seria confirmado. As passagens, segundo a Havanatur, seriam entregues no aeroporto após mostrar os passaportes, nada de check-in online. Deixei o telefone da Casa da Yusi com a agência, que informaram que ligariam 2 dias antes da viagem confirmando o hotel e horário que nos encontrariam.

Por fim não ligaram e no dia anterior eu liguei da casa para o telefone que haviam me passado, da Sra. Damarys. Para minha surpresa, ela atendeu muito feliz dizendo que estava tudo certo e que nos encontrariam no Hotel Sevilla às 7am do outro dia. Malas feitas, acordamos bem cedo, aguardamos no hotel e, como combinado, um ônibus passou para nos encontrar com uma guia.

O diminuto Aeroporto Playa Baracoa.
Porta de embarque um pouco baqueada.
O turbo hélice da AeroGaviota.

O aeroporto Baracoa, mais parecido com uma rodoviária de uma cidade bem pequena, fica à 30-40min de ônibus saindo de Havana. Chegando lá ainda esperamos por 1h até que o check-in iniciasse. Pegamos um avião turbo-hélice da AeroGaviota e o vôo foi tranquilo, até serviram um drink. Quanto mais nos aproximávamos, mais a água se coloria e até a asa branca do avião já refletia o azul do oceano.

No aeroporto de Cayo Largo, fomos informados por um guia no saguão de desembarque para aguardar o transfer, que chegou rapidamente. No caminho, passamos pelo hotel Pelicano e então chegamos ao que havíamos reservado, Sol Cayo Largo.

Entre todos os hotéis da pequena ilha, Sol Cayo Largo é o mais bem estruturado e recomendado. Pesquisei muito e em geral os resorts de Cuba não passam por uma manutenção preventiva com frequência e, em alguns casos, há relatos de quartos com mofo, ar condicionado com mau funcionamento, além de outros pequens detalhes. A minha sugestão é ajustar sua expectativa para um hotel de acomodações agradáveis porém sem muitos luxos.

O Sol Cayo Largo foi excelente na minha opinião, ótima estrutura em geral, principalmente dos bares funcionando 24h, quartos espaçosos e confortáveis, café da manhã com infinitas opções, almoço e jantar também muito bons. Muito curiosas são as apresentações dos dançarinos do hotel, com um apresentador anunciando shows em várias línguas: “show romântico-romantic-romantique”.

Romântico-Romantic-Romantique.

Os contras foram: muitos gatos, que estão em toda parte e chegam a atrapalhar nos momentos das refeições, se entrometendo entre as mesas para filar uma bóia; o sistema de reservas para jantar nos restaurantes de cozinha internacional, muito desorganizado com funcionários indiferentes em relação aos horários e à vontade dos hóspedes.

No primeiro dia, após um passeio geral, fomos até a praia que fica em frente ao hotel. Estava um dia claro porém com algumas nuvens no céu, mesmo assim já foi o suficiente para destacar o branco da areia em contraste com o mar claro. Alguns passos adiante, de repente vemos uma galera sem roupa – tan! – estávamos na área de nudismo! O pessoal estava bem tranquilo, em geral na faixa da melhor idade, liam livros e descansavam. O hotel disponibiliza muitas cadeiras ao longo dessa praia por isso é só encontrar uma, estender a toalha e relaxar.

Mesmo com o dia nublado, as águas são belas na praia em frente ao Sol Cayo Largo.

No segundo dia não tivemos a mesma sorte e uma chuva torrencial dominou a ilha e arredores, ficamos de molho curtindo os bares e atrações do resort. Já no dia seguinte, como que pedindo desculpas, o sol veio com toda força.

Segundo dia (créditos da foto artística – Ana).

Alugamos um taxi/van que sai do hotel de manhã e leva as pessoas até as praias Paraíso e Sirena. Após uns 10 min em uma estradinha de terra e areia, descemos no(a) (praia) Paraíso, literalmente.

Playa Paraíso.

Difícil descrever a Praia Paraíso com palavras, a praia mais bonita que eu já vi na vida e onde a natureza conseguiu unir fatores selecionados para compor uma paisagem única! A areia é de cor branca perolada, o mar não tem ondas, é raso por uma boa distância adentro e, para completar, tem cor azul turqueza. O céu, reinando com sua beleza milenar, observa tudo lá do alto e fica com inveja do conjunto da obra. Arrisco dizer que ele pede, no seu mais profundo íntimo, para trocar de cor com o mar, invertendo o cenário e reconquistando sua coroa.

Chegamos cedo e a praia estava praticamente vazia, com mais um casal sob os guarda-sóis de palha, que dão um toque a mais na paisagem já perfeita. Você pode alugar uma cadeira no único quiosque disponível, que também serve porções e drinks. Ficamos por um bom tempo tirando fotos e curtindo o momento, para então salgar a pele nas águas cristalinas.

No caminho entre Paraíso e Sirena.

Com a metade do dia se aproximando, seguimos caminhando até a próxima praia, Sirena. Ela fica à aproximadamente 10 minutos de caminhada, parte pela costa e parte na estradinha de terra por onde chegamos no táxi.
A Praia Sirena já é muito mais movimentada, com um quiosque maior, mais guarda-sóis e lanchas estacionadas próximas a costa. O mar é tão belo quanto, com a diferença de um contorno azul escuro na linha do horizonte, onde a profundidade é maior. Pedimos o drink “Ron Collins” enquanto apreciávamos a paisagem. Depois de um tempo ali, ficamos com vontade de voltar para a Praia Paraíso, porém, como tínhamos o táxi para pegar às 13h, tivemos que levantar âncora e zarpar.

Gatinha na Playa Sirena.
Ana e eu.

Retornando ao hotel, nos preparamos para sair em um passeio de barco incluindo mergulho com snorkell, visita à Ilha das Iguanas e por fim jantar a sensacional “Langosta Grillé”. Para contratar esse passeio, basta ir até o quiosque das agências no respectivo hotel e fechar o pacote, normalmente com a Cubatur ou Havanatur – 80 CUCs. Um ônibus busca todos no horário combinado e leva até o porto da Ilha, de onde saem os barcos.

O passeio é bem tranquilo e o barco segue no mar até parar em um local mais raso, com uns 5 metros de produndidade. Ali, descemos com snorkell e pé de pato para nadar junto aos peixes, muitos peixes por sinal. É muito gostoso porém cansativo. Vale lembrar que para quem nunca nadou com snorkell e pé de pato em profundidades assim, treine um pouco perto do barco para então sair explorando. As marolas são pequenas mas constantes e de vez em quando rolavam uns “caldos” na superfície.

Olha o balanço!
Peixes no primeiro mergulho.

Depois o barco seguiu até a Ilha das Iguanas. Destaque para o tamanho impressionante delas, além da inteligência em saber quando chegam os turistas lá para lançar uns pãeszinhos. Elas saem das tocas justo no momento de chegada e então voltam assim que o rango termina.
Nesse mesmo local encontramos uma estrela do mar e outros peixes, além de muita natureza!

De volta ao barco e ainda no mar, para fechar o passeio com chave de ouro o chef preparou uma lagosta “grillé”, com sabor de pôr do sol e salsa. J

Voltamos ao hotel e nos preparamos para retornar à Havana no próximo dia, bem cedo. Nos despedimos com um aperto no coração daquela obra de arte em meio ao mar do Caribe, levando aquela paleta única de cores nas lembranças.

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