Foto explicada mais à frente.
Esta última semana que passou foi bastante turbulenta, depois de se recuperar do Oktoberfest continuamos as aventuras ao longo do Leste Europeu. 🙂
Na quarta-feira foi a festa de despedida do Max, Sara e Maria, com direito a guacamole e tacos (sim, México overseas!), preparados na nossa cozinha internacional pelo Chef Lucas. No final apareceu tanta gente que a população por metro quadrado estava próxima a da China, tivemos que sair da cozinha a pedido do segurança, fomos para o quarto, saímos do quarto, fomos para a rua do dormitório e…adivinhem? No final acabamos no INbar, barzinho próximo ao Dorm. Stjepan Radic, interessante para curtir um som com amigos. Oferece dois ambientes, sendo que o andar de cima possui uma varanda com mesas bem legais e confortáveis.
Não sou fã de despedidas, já que é fisicamente impossível se dividir em dois para uma metade ir embora junto com as pessoas que vão e para outra ficar. Estando tão longe de casa o sentimento de amizade fica intensificado, talvez por todos aqui estarem na mesma situação e buscar o melhor em tudo, ajudando uns aos outros e vivendo experiências novas a todo momento. Isto me faz pensar como é interessante o modo com que as pessoas transformam os lugares, e não o contrário. Zagreb é uma cidade muito única e quando você está em boa companhia, tudo fica mais especial, situações para serem guardadas nas lembranças e muitas outras para serem vividas!
No programa IAESTE muitos vão e muitos chegam, tornando tudo dinâmico e novo. Por exemplo, do grupo de pessoas que estavam aqui quando cheguei, não resta ninguém.
Após todas as despedidas, decidimos de última hora viajar para a Belgrado – Sérvia, compramos as passagens de trem na quinta-feira à noite e embarcamos na sexta. Tudo perfeito até chegarmos na fronteira.
“Brazil? No visa, no Belgrade.”
Policial Servo.
A foto no início do post é a placa do posto policial em alfabeto cirílico.
Lucas e eu descemos do trem, fomos até o posto e esperamos até o próximo trem passar, levando-nos de volta para Zagreb. Situação trágica e cômica ao mesmo tempo, porém, como seria a história sem situações como esta, vivendo o espírito de um renegado? Fomos descuidados e erramos ao não olhar no site da embaixada sobe o visto, mas decidimos tão de última hora essa viagem e, além disso, estávamos no clima EU, onde não é necessário o visto para até 3 meses de permanência.
Entrei no site depois e descobri que este empecilho só começou no ano passado, sendo que para ter um visto basta pagar (antes podia-se tirar o visto na fronteira).
Toda essa aventura me inspirou para escrever um pouco sobre o lado-B croata, grafites pela cidade, subúrbio e arredores. Nem tudo é um mar de rosas e Zagreb, como toda média e grande cidade, também possui suas regiões mais pobres, onde pode-se encontrar pessoas simples, prédios antigos de muitos apartamentos por andar e com roupas estendidas na janela. Gosto muito dessas regiões pois leva você para o núcleo e para a realidade da cidade, fora dos cartões postais e pontos de turismo populares.
Não sou um assistente social para falar sobre esse assunto com certeza, por isso, estou apenas deixando minha opinião visual e construída durante o tempo em que fiquei aqui.
Não encontram-se favelas por aqui e as regiões mais simples, à oeste e leste do centro, mesmo possuindo prédios antigos, sem pintura, pode-se observar carros relativamente bem conservados, jardins simples mas bonitos e uma organização geral boa, ruas bem sinalizadas como em qualquer outra região, locais de lazer e praças. Nada comparado com um subúrbio de metrópoles. Mais um motivo para pensar que ao longo da história a riqueza foi distribuída mais uniformemente, sem exclusão social acentuada.
Próxima parada: Viena, Áustria!
Bok bok! Do vicenja!