Sempre imaginei que aquelas fotos estilo cartão postal eram fruto de uma câmera profissional, estúdio de cinema ou de muito photoshop! Mas dessa vez foi diferente, os lagos paradisíacos de Plitvice foram registrados pelas lentes de uma antiga Sony e vocês vão poder conferir como realmente são!
Este fim de semana foi agitado, conhecemos muitas pessoas croatas, alternativas e politizadas! Vou deixar essa história para o proximo post, depois que pegar as fotos com o Jonathan.
Manhã de domingo, nos encontramos como combinado as 8h da manhã no dormitório, aconteceram pequenos imprevistos e acabei indo somente com a Liecelot (belga). Após isso, fomos direto para a rodoviária pegar o Croatia Bus (77kn por trajeto já com 20% de desconto para estudantes, saída às 8h40min), as estradas são bem sinalizadas e asfalto muito bom, claro que a esmola era demais e rapidamente apareceram os pedágios. Em menos de 2h chegamos ao parque, ele na verdade é localizado num vale, em meio à montanhas altas estilo uma mini – Serra do Mar de SP. Como estamos ainda na alta temporada aqui, estava lotado de turistas, de todos os cantos do mundo, o preço da entrada é 150kn ou 80kn com carteira de estudante internacional ISIC (Carteira do Estudante – fiz uma antes de viajar, desconto em diversos serviços e já recuperei os 40 reais pagos). Existe um mapa grande na entrada que mostra todas as trilhas e umas pré-montadas, variando de 2 a 6 horas de caminhada. Como tudo que e pré-moldado não tem graça, começamos por uma trilha independente pelo lado sul. A maior parte do caminho é calçado em passarelas de madeira feitas com troncos, muito fácil para se locomover, porém precisa ter fôlego porque o parque é gigante!
Outros sites de empresas de ônibus na Croácia:
Primeiro é preciso pegar um barco grande e atravessar rapidamente o primeiro lago, depois começam as trilhas propriamente ditas. Já nos primeiros minutos disparei umas 10 fotos, existem vários lagos de todos tamanhos, a água é cristalina e em contraste com o sol tem uma cor verde clara, muito bonita! No próprio ingresso você tem um mini-mapa e pode acompanhar a trilha por ele, fomos caminhando num ritmo bom e tirando milhões de fotos até chegar quase no topo. Como já era depois do meio dia, resolvemos descer para almoçar e ir em direção ao norte, lá embaixo é preciso pegar novamente o barco mas dessa vez ele atravessa o lago em outra direção, 15 minutos de travessia.
Do outro lado almoçamos num restaurante (20 a 30kn + 16kn a água de 1,5l) com mesas ao ar livre, eles tem uma boa estrutura e com pequena intervenção no parque. Pegamos uma trilha seguindo as placas “sightseeing point”, subida razoável mas valeu muito a pena, você chega num mirante que fica de frente para uma cachoeira e um lago gigante! Seguindo pela trilha ainda encontramos mais mirantes e a visão ia ficando cada vez melhor até chegar no ponto mais alto e descer por uma escada de pedra para a “Big Waterfall”, a maior cachoeira do parque, espetacular! Na volta ainda passamos por pontos que pareciam cenas de filme, lembrei ate do filme Lagoa Azul na hora, comentei com a belga que já tinha passado um milhão de vezes “inéditas” no Brasil e até ela disse que já tinha visto!
Vistas muito bonitas, um paraíso mesmo, acho que so tinha visto algo parecido no nordeste brasileiro, nas ilhas perto de Recife.
O parque é grande e para aproveitar toda a trilha é preciso chegar de manha, 10h da manhã é ideal. Conseguimos fazer toda a trilha e voltar para pegar o ônibus em tempo, os últimos horários para Zagreb são entre 17h e 18h30, como a belga ia para a costa ela pegou para Zadar, do outro lado da estrada. Os ônibus passam pela estrada na frente do parque, só esperar nos pontos em forma de cabana e pagar diretamente a passagem pro motorista ou cobrador. É legal seguir direito as trilhas pelo mapa porque é possível entrar em uma que não era planejada e atrasar um pouco o passeio.
Na volta percebi como as pessoas aqui são fanáticas pelo litoral Adriático, o ônibus pegou um trânsito bom e a viagem terminou em 3h aproximadamente, chegou a parar em alguns trechos, idêntico à Anchieta e Imigrantes em feriados prolongados!
Se você estiver por perto de Zagreb ou mesmo na Croácia, é obrigação visitar o parque, beleza igual lá é rara e vale muito a pena para refrescar a mente.
PS de filosofia: é incrível como existem lugares tão paradisíacos na terra, esse post foi sobre este parque nacional na Croácia, mas em muitos países, especialmente no Brasil, existe uma infinidade de belezas naturais acessíveis para as pessoas. O mundo se tornou muito consumista e talvez muitos se esqueceram de que em sua volta estão os melhores prazeres, de graça! Claro que é necessário transporte, mas o que muitos gastam com troca de carro todo ano e bens de consumo supérfulos, que normalmente ficam estagnados num canto da casa, seria o necessário para visitar um parque interessante próximo do seu bairro ou cidade. Não precisa ser Cancun ou Havaí, cada país tem sua beleza própria e pode ter certeza que sua grama é sim mais bonita que a do vizinho! A natureza é free, ela está em todo lugar e nunca vai cobrar nada para ser observada! (pelo menos até alguém decidir comercializar o ar que respiramos e outras coisas essenciais).
Faltaram muitas pessoas nesse lugar que eu tenho certeza que iriam captar a energia! 🙂
Para finalizar e mudando um pouco de assunto, como havia deixado no ar a história da gravata no último post, vou contá-la agora. A gravata surgiu graças aos mercenários croatas a serviço da França, especificamente de Luis XIII, durante a guerra dos trinta anos. Estes usavam pedaços de tecidos atados ao pescoço com laços e também com distintivo militar, sendo de tecido rústico para os soldados e de algodão ou seda para os superiores. A fábrica mais famosa de gravatas croatas chama-se Potomac, talvez eu dê um pulo lá para comprar uma!
Deixem um comentário sobre esse parque sensacional. vocês gostariam de ir?